Descoberto originalmente na década de 60 por Michael Sela, Ruth Arnon e Dvora Teitelbaum no Instituto Weizmann de Ciência em Rehovot, Israel. O
acetato de glatirâmer (também conhecido como
Copaxone e
Copolímero 1) é um sal de acetato que é composto por uma mistura padronizada de polipeptídios sintéticos contendo os quatro
aminoácidos L-alanina,
ácido L-glutâmico,
L-lisina e
L-tirosina, com uma proporção molar definida de 0,14 de ácido L-glutâmico, 0,427 de L-alanina, 0,338 de L-lisina, 0,095 de L-tirosina e massa molecular média entre 4,7 e 11,0 kDa (unidade de massa atômica), e o pH é aproximadamente entre 5,5 e 7,0.
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Estrutura química do acetato de glatirâmer (C25H45N5O13). Observação: o remédio é composto por ácido L-glutâmico, L-alanina, L-tirosina, L-lisina e ácido acético |
Farmacologicamente e bioquimicamente
O acetato de glatirâmer foi originalmente desenvolvido para imitar a mielina com a intenção de induzir a EAE (Encefalomielite Autoimune Experimental, que é um modelo animal usado para estudar esclerose múltipla). Porém, verificou-se que o acetato de glatirâmer suprimia a doença, e como resultado disso, ele passou a ser testado em pessoas com esclerose múltipla.
Existem algumas evidências de que o acetato de glatirâmer seja capaz de converter a resposta do sistema imunológico do corpo de um tipo Th1 para um Th2, promovendo células T-supressoras ou atuando como um peptídico ligante alterado.
Também existem estudos em animais e em sistemas in vitro que sugerem que após a sua administração, as células T-supressoras de acetato de glatirâmer são induzidas e ativadas na periferia.
Parte do material injetado no corpo fica intacto ou parcialmente hidrolisado, sendo isso presumido para entrar na circulação linfática, permitindo atingir os linfonodos regionais e parte pode entrar na circulação sistêmica intacta.
O acetato de glatirâmer atua basicamente reduzindo a frequência de recidivas nos pacientes com esclerose múltipla remissiva recidivante. Acredita-se basicamente que ele atue no sistema nervoso central inibindo o processo inflamatório da esclerose múltipla.
Mecanismo de ação do Acetato de Glatirâmer
O acetato de glatirâmer apresenta uma forte ligação com as moléculas de MHC (Complexo principal de Histocompatibilidade) e consequentemente compete com vários antígenos de mielina para sua apresentação às células T.
Outro aspecto de sua ação é a indução potente de células supressoras específicas do tipo Th2 que migram para o cérebro e levam supressão ao local. Além disso, as células específicas do acetato de glatirâmer no cérebro expressam as citocinas anti-inflamatórias IL-10 e o fator de transformação de crescimento beta, e mais o fator neurotrófico derivado do cérebro, enquanto não expressam a citocina inflamatória IFN-gama. Evidências recentes também sugerem que o acetato de glatirâmer inibe diretamente células dendríticas e monócitos (ambas as células que apresentam antígenos circulantes).
Aplicação do Acetato de Glatirâmer e Precauções
A aplicação desse medicamento deve ser feita exclusivamente por via subcutânea (injeção no tecido imediatamente abaixo da pele. O acetato de glatirâmer não deve ser administrado por via intravenosa (injeção lenta na veia) e nem por via intramuscular (injeção aplicada no interior de um músculo).
Não use esse medicamento sem o conhecimento do seu médico, pois pode ser perigoso para sua saúde.
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Embalagem da seringa do Acetato de Glatirâmer |
Referências
- Multiple Sclerosis Therapeutics, Richard Rudick, CRC Press, 1 de set de 1999.
- The Neurobiology of Multiple Sclerosis, Academic Press; 7 de junho de 2007.
- Mapping research and innovation in the State of Israel, Lemarchand, Guillermo A., Leck, Eran, Tash, April, UNESCO; 10 de março de 2016.
- https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Glatiramer_acetate#section=Related-Record (acessado em 26/12/2017 às 15:45)
- Bula do medicamento COPAXONE - Acetato de Glatirâmer