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O Ublituximabe-xiiy (Briumvi) é uma medicação composta por um anticorpo citolítico direcionado a CD20 (antígeno de linfócito B) que é indicado para o tratamento de formas recidivantes de esclerose múltipla (EM), incluindo síndrome clinicamente isolada, doença remitente recidivante e doença progressiva secundária ativa, em adultos.
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| Embalagem do Ublituximabe-xiiy (Briumvi) |
Essa medicação teve a sua primeira aprovação pelo FDA (Órgão Federal Americano) em 28 de dezembro de 2022. Essa medicação é fornecida como um frasco de dose única de 150 mg/6 mL contendo uma solução sem conservantes para uso intravenoso.
A previsão é que o produto esteja disponível no primeiro trimestre de 2023 nos Estados Unidos, e ainda não se tem uma previsão de quando ela possa chegar no Brasil. No entanto, eu achei de bom tom compartilha isso com os meus leitores portadores de esclerose múltipla da Apembs e da Alsapem, que anseiam por informações relevantes sobre medicamentos para Esclerose Múltipla, mas dessa vez eu não conseguir achar muitas informações em relação a parte química da medicação.
Breve histórico do Ublituximabe-xiiy (Briumvi)
O CD20 é um antígeno expresso por várias células B e T, que são alvos terapêuticos atraentes em vários tipos de câncer e condições autoimunes (como a esclerose múltipla).
Os anticorpos monoclonais que agem para fazer a depleção de células B dependem de sua afinidade de ligação e capacidade de eliminar células ligadas por meio de mecanismos como citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC), que são mediados por interações entre um anticorpo e receptores Fcγ em células NK ou macrófagos.
O Ublituximabe é um anticorpo anti-CD20 IgG1κ quimérico produzido na linhagem de células YB2/0 de rato para atingir um epítopo único e também aumentar mais o ADCC em comparação com outros anticorpos anti-CD20 aprovados, como rituximabe, ofatumumabe, e ocrelizumabe.
Ublituximabe foi inicialmente desenvolvido pelo LFB Group, mas foi licenciado para TG Therapeutics em 2012. Os cientistas fizeram vários estudos para uso em várias condições dependentes de células B, incluindo leucemia linfocítica crônica, linfoma não-Hodgkin e esclerose múltipla recidivante.
Após a sua aprovação pelo FDA dos EUA final do ano de 2022, essa medicação se tornou o primeiro e único anticorpo monoclonal anti-CD20 para esclerose múltipla, permitindo a administração em uma infusão de uma hora duas vezes ao ano após a dose inicial.
Mecanismo de ação do Ublituximabe
A desregulação das células B está subjacente à patogênese de vários cânceres e condições autoimunes, como esclerose múltipla, neuromielite óptica, doença de Devic, e doença associada à glicoproteína IgG de oligodendrócitos da mielina.
CD20 é um antígeno expresso em células pré-B, células B imaturas/células B maduras, células B de memória e uma subpopulação de células T CD3 positivas. Os anticorpos anti-CD20 podem, portanto, induzir a depleção de células B através da morte celular direta, indução de vias do complemento e fagocitose mediada pelo receptor Fc-gama (FcγR) (citotoxicidade celular dependente de anticorpo, ADCC).
Embora vários anticorpos anti-CD20 tenham sido desenvolvidos, a terapia tem sido dificultada pela baixa expressão de CD20 por células malignas em doenças como leucemia linfocítica crônica de células B e citotoxicidade dependente de anticorpos abaixo do ideal.
O ublituximabe se liga a um epítopo no CD20 distinto daquele ligado por outros anticorpos aprovados, como rituximabe, ofatumumabe, e ocrelizumabe, com uma constante de ligação semelhante ao rituximabe.
Excepcionalmente, o ublituximabe é produzido na linhagem de células YB2/0 de rato de forma que apresenta baixo teor de fucose (24% em comparação com 93% para rituximabe), melhorando sua interação com FcγR, especialmente FcγRIIIA (CD16) expresso por células nk e macrófagos . Essa diferença concede ADCC aprimorado com ublituximabe, inclusive para células malignas com baixa expressão de CD20.
O mecanismo de ação preciso do ublituximabe no tratamento da esclerose múltipla não é claro, mas presume-se que envolva a ligação do CD20 e subsequente lise celular conforme descrito acima.
Efeitos colaterais do ublituximabe
Os efeitos colaterais mais comuns do ublituximabe que ocorreram durante os ensaios clínicos de EM foram:
- Reações relacionadas à infusão (o sintoma mais comum é a febre, mas em alguns casos essa febre também incluía calafrios, dor de cabeça, náusea e tremor)
- Dor de cabeça
- Resfriado comum, também chamado de nasofaringite
- Baixa contagem de células imunes
Durante os estudos clinicos, teve também alguns casos de reações alérgicas graves que foram relatadas em pacientes com EM tratados com ublituximabe.
Recomendação de outros artigos de medicamentos para Esclerose Múltipla
Esse artigo faz parte de uma série de artigos que eu fiz referente a medicações que são usadas para o tratamento de esclerose múltipla. Eu fiz essa série de artigos a pedidos dos leitores do blog que são portadores dessa doença, e que carecem de informações sobre a parte química e bioquímica desses medicamentos.
Além dos artigos recomendados que aparecem abaixo desse artigo, o blog também tem um artigo que tem uma lista que linka para outros artigos referentes a medicações para esclerose multiplica.
Se você for um paciente que está passando por tratamento, ou algum curioso que é interessado no assunto. Eu espero que o link acima desta lista de medicamentos te ajude bastante, pois eu já falei de boa parte dos medicamentos aqui no blog, e também sei bem que o tratamento dessa doença não é nada fácil.
Referências
- https://multiplesclerosisnewstoday.com/columns/2023/01/06/fda-approval-ublituximab-briumvi-good-news/ (acessado em 10/01/2023 as 19:58)
- https://www.empr.com/home/news/briumvi-approved-for-relapsing-forms-of-multiple-sclerosis/ (acessado em 10/01/2023 as 20:09)
- https://www.drugs.com/history/briumvi.html (acessado em 10/01/2023 as 20:12)
- https://go.drugbank.com/drugs/DB11850 (acessado em 10/01/2023 as 20:58)
- https://multiplesclerosisnewstoday.com/experimental-treatments-for-ms/ublituximab-tgtx-1101/ (acessado em 10/01/2023 as 21:40)
Sobre o autor
Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean
Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)
0 Comentários de "Ublituximabe (Briumvi) – Medicamento para Esclerose Múltipla (EM)"
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