A levedura Saccharomyces cerevisiae é um microrganismo aeróbio facultativo, isto é, que tem a habilidade de se ajustar metabolicamente, tanto em condições de aerobiose como de anaerobiose.
Nesse processo aeróbio facultativo, os produtos finais do metabolismo do açúcar irão depender das condições ambientais em que a levedura se encontra. Assim, em aerobiose, o açúcar é transformado em biomassa, CO2 e água, e, em anaerobiose, a maior parte é convertida em etanol e CO2, processo denominado de fermentação alcoólica.
As leveduras S. cerevisiae são elípticas, medindo cerca de 6 a 8 mm de comprimento por 5 µm de largura. Reproduzem-se assexuadamente por brotamento (ou gemulação). Sendo a temperatura ótima de seu crescimento entre 20 e 30°C, com o pH entre 4,5 e 5,5.
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Imagem da Saccharomyces cerevisiae obtida através de microscópio |
Usos da Saccharomyces cerevisiae
Desde a Antiguidade, a S. cerevisiae vem sendo utilizada em processos fermentativos diversos, seja como fermento de pão ou como um fermentador de bebidas alcoólicas (como
cerveja, vinho, vodka e etc).
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Saccharomyces cerevisiae vendida comercialmente |
A S. cerevisiae destaca-se como a espécie mais explorada comercialmente entre as leveduras e apresenta grande emprego na indústria, para fabricação de vários produtos. Pois em relação a outras leveduras, a S. cerevisiae apresenta fácil isolamento e manutenção, pouca exigência nutricional, bom crescimento em meios constituídos por resíduos industriais e, amplo uso em
processos industriais (podendo ser usada na produção de bebidas alcoólicas, vitaminas, fermento de pão, Cosméticos, enzimas, macromoléculas e etc.).
Variantes da Saccharomyces cerevisiae
Segundo a literatura, a S. Cerevisiae pode ser classificada usando características morfológicas, com características fisiológicas e bioquímicas específicas para diferenciar tipos isolados com características morfológicas semelhantes.
Sendo que através desses critérios, há algo em torno de 18 espécies que constam na literatura. Porem, em estudos mais atuais, classificando a S. Cerevisiae através do estudo da homologia de seu DNA dividiu-se essas espécies em quatro tipos distintos: S. Cerevisiae, S. Bayanus (também conhecida como S. Uvarum), S. Pasteurianus (também conhecida como S. Carlsbergensis) e S. Paradoxus.
Possível Patogenicidade da Saccharomyces cerevisiae
A S. Cerevisiae não é considerada um microrganismo patogênico, mas raramente tem sido relatada como causa de infecções oportunistas. Nas quais todos os pacientes nos casos tinham doença subjacente.
A primeira descrição da S.cerevisae como agente patogênico ocorreu em 1958 por Reihersol e Hoel em isolados repetidos de escarro em paciente com broncopneumonia. A patogenicidade da S.cerevisae ainda não é totalmente conhecida, acredita-se que sua entrada no organismo seja predominantemente por via gastrointestinal, apesar de relatos de contaminação de cateteres através das mãos contaminadas.
Os fatores de riscos dessa patogenia são muito similares aos da candidemia (infecção da corrente sanguínea causada por leveduras do gênero Cândida), que tem fatores de risco como, uso de cateteres, nutrição parenteral, hemodiálise, uso de antibiótico de largo espectro, imunossupressão (HIV ou doenças neoplásicas) e transplantados.
Referências
- http://hypescience.com/levedura-manipulada-pode-aumentar-producao-de-bioetanol/ (Acessado em 29/08/2013 as 23:54)
- http://www.epa.gov/biotech_rule/pubs/fra/fra002.htm (Acessado em 29/08/2013 as 23:37)
- http://www.infoescola.com/reino-fungi/levedura/ (Acessado em 29/08/2013 as 23:45)
- Fermentação Saccharomyces cerevisiae em fermentador estático, Rosetânia Neves Da Conceição, UFT (Universidade Federal do Tocantins), GURUPI, 2012.
- Infecção por Saccharomyces cerevisae – uma infecção atípica em UTI, Felipe Henriques Alves da Silva, Hospital Espanhol – Rio de Janeiro (RJ), Brasil, Fevereiro, 2011.
- Leveduras de cerveja e cana-de açúcar (saccharomyces cerevisiae), autolisada e íntegra, na dieta de cães, Mariana dos Santos Martins, Jaboticabal, São Paulo, Brasil, 2009.
- Fisiopatogenia, epidemiologia e diagnóstico laboratorial da candidemia, Muriel Padovani Giolo; Terezinha Inez Estivalet Svidzinski , Junho, 2010