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Fumarato de diroximel (Vumerity): Medicação para esclerose múltipla

O fumarato de diroximel (Vumerity) é um medicamento que é usado para o tratamento de formas recorrentes de esclerose múltipla (EM) em adultos (incluindo síndrome clinicamente isolada, doença recorrente-remitente e doença progressiva secundária ativa).

fumarato diroximel vumerity esclerose multipla


Essa medicação é usada em forma de uma cápsula que geralmente é administrada duas vezes ao dia por via oral. Esse medicamento é bem parecido com o Tecfidera (outro medicamento para EM), mas tem uma estrutura química distinta que se mostrou mais bem tolerada, com menos efeitos colaterais gastrointestinais relatados do que o Tecfidera.

Comentários sobre a postagem


Essa postagem não foi sugerida por ninguém, mas como estou vendo que os meus queridos leitores estão curtindo esses artigos, eu resolvi continuar essa série de artigos para a alegria do pessoal. Como é de praxe, esse artigo não tem tanta relação com a engenharia química, mesmo possuindo uma formula química meio complexa: C11H13NO6.

Estrutura química do fumarato de diroximel vumerity
Estrutura química do fumarato de diroximel

Eu espero que esse artigo seja de grande ajuda para a turma da área da saúde e para as pessoas que fazem o uso (ou vão fazer) desse medicamento.

Boa leitura pessoal :)

Mecanismo de ação do fumarato de diroximel


Atualmente, o mecanismo de ação desse medicamento para EM ainda não é totalmente compreendido, mas se sabe que essa medicação se converte rapidamente no mesmo principio ativo do Tecfidera.

Os pesquisadores acreditam que o fumarato de diroximel regule as vias de sinalização celular, causando efeitos imunológicos e neuroprotetores benéficos.

O fumarato de monometila (FMM) é o metabólito ativo do fumarato de diroximel e ativa a via do fator nuclear (derivado de eritroide 2) semelhante a 2 (Nrf2) em humanos. Essa via ocorre em resposta ao estresse oxidativo nas células.

Além do acima exposto, o FMM é um agonista do receptor de ácido nicotínico no ambiente de laboratório. A relevância desta descoberta para o tratamento da EM é desconhecida neste momento. O mecanismo pelo qual essa medicação leva a menos efeitos gastrointestinais é supostamente devido à falta de um grupo de saída do metanol em sua estrutura química e à substituição por 2-hidroxietil succinimida inerte.

Antes de tomar este medicamento


O fumarato de diroximel alivia os sintomas neurológicos da EM recorrente com menos efeitos gastrointestinais do que sua contraparte bioequivalente, fumarato de dimetila. O paciente deve ficar bem atento a essa medicação, pois ela também pode causar angioedema, anafilaxia, hepatotoxicidade, rubor, linfopenia e leucoencefalopatia multifocal progressiva (Lemp) .

O paciente não deve usar essa medicação caso tenha tido uma reação alérgica grave ao fumarato de diroximel ou fumarato de dimetila (Tecfidera); ou se o mesmo também usa fumarato de dimetila.

Além disso, o paciente também deve informar ao seu medico se já teve:

  • Doença hepática;
  • Doença renal;
  • Infecções; ou
  • Baixa contagem de glóbulos brancos.
A paciente também deve informar ao seu médico se estiver grávida ou amamentando. O fumarato de diroximel não foi aprovado para ser usado por menores de 18 anos.

Como o paciente deve tomar essa medicação


O paciente deve usar a medicação exatamente da mesma maneira como foi prescrita pelo seu medico, pois o mesmo ocasionalmente pode alterar a sua dose.

Antes de tomar essa medicação, o paciente deve fazer um exame de sangue para se certificar de que não tem condições que o impeçam de usar essa medicação com segurança. As capsulas desse medicamento devem ser engolida inteira e não amassada, mastigada, partida ou aberta.

Se o paciente tomar essa medicação com alimentos, o mesmo deve evitar alimentos ricos em calorias ou gordura. A refeição (ou lanche) não deve conter mais de 700 calorias ou mais de 30 gramas de gordura. O paciente também não deve ingerir esse medicamento juntamente com bebida alcoólica.

O tratamento com o fumarato de diroximel deve ser imediatamente suspenso se houver suspeita de Lemp ou se ocorrer anafilaxia ou angioedema. A função hepática e a bilirrubina total devem ser testadas antes de iniciar o tratamento com fumarato de diroximel e durante o tratamento.

O fumarato de diroximel também pode diminuir o número de células sanguíneas. O paciente pode precisar de exames médicos frequentes e a sua próxima dose pode ser adiada com base nos resultados.

Dentre os exames necessários, está o hemograma completo que deve ser obtido antes de iniciar o fumarato de diroximel, após os primeiros 6 meses de administração e em intervalos subsequentes de 6 a 12 meses após este período. Suspenda o tratamento se a contagem de linfócitos forem medidas em menos de 0,5 × 109 / L por mais de 6 meses.

Dosagem do fumarato de diroximel


A dose inicial é de 231 mg por via oral 2 vezes ao dia por 7 dias, e depois essa dose é aumentada para 462 mg por via oral 2 vezes ao dia

A dose de manutenção é de 462 mg por via oral 2 vezes ao dia; reduções temporárias da dose para 231 mg 2 vezes ao dia podem ser consideradas para indivíduos que não toleram a dose de manutenção; dentro de 4 semanas, a dose recomendada de 462 mg 2 vezes ao dia deve ser reiniciada.

Além disso, o paciente deve considerar descontinuar a terapia se for incapaz de tolerar o retorno à dose de manutenção.

O paciente também pode tomar aspirina revestida não entérica (até 325 mg) 30 minutos antes de tomar esse medicamento para pode reduzir a incidência do rubor que é provocado por essa medicação.

Efeitos colaterais do fumarato de diroximel


O paciente deve ficar bem atento ao usar essa medicação, pois uma reação alérgica a esse medicamento pode causar: urticária; respiração difícil; inchaço do rosto, lábios, língua ou garganta. Caso isso ocorra, o paciente deve pedir ajuda médica urgentemente.

O fumarato de diroximel também pode causar uma infecção cerebral grave que pode levar à incapacidade ou morte. O paciente deve ligar urgentemente para o seu médico se tiver problemas com a fala, pensamento, visão ou movimento muscular. Esses sintomas podem começar gradualmente e piorar rapidamente.

O paciente também deve chamar o seu médico imediatamente se tiver sinais de problemas de fígado, como:
  • Dor na parte superior do estômago do lado direito;
  • Perda de apetite;
  • Cansaço;
  • Urina escura; ou
  • Icterícia (amarelecimento da pele ou olhos).
Os efeitos colaterais mais comuns dessa medicação podem incluir:
  • Indigestão, náusea, vômito, dor de estômago;
  • Diarreia; ou
  • Rubor (calor repentino, vermelhidão ou sensação de formigamento).

Recomendação de outros artigos de medicamentos para Esclerose Múltipla


Esse artigo faz parte de uma série de artigos que eu fiz referente a medicações que são usadas para o tratamento de esclerose múltipla. Eu fiz essa série de artigos a pedidos dos leitores do blog que são portadores dessa doença, e que carecem de informações sobre a parte química e bioquímica desses medicamentos.

Além dos artigos recomendados que aparecem abaixo desse artigo, o blog também tem um artigo que tem uma lista que linka para outros artigos referentes a medicações para esclerose multiplica.


Se você for um paciente que está passando por tratamento, ou algum curioso que é interessado no assunto. Eu espero que o link acima desta lista de medicamentos te ajude bastante, pois eu já falei de boa parte dos medicamentos aqui no blog, e também sei bem que o tratamento dessa doença não é nada fácil.

Referências



Sobre o autor


Pedro Coelho Olá meu nome é , eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)

2 Comentários de "Fumarato de diroximel (Vumerity): Medicação para esclerose múltipla"

Anônimo
29 de novembro de 2021 às 19:02

O que acontece se o paciente esquecer de tomar uma dose?

Pedro Coelho
29 de novembro de 2021 às 21:29

Olá anônimo

O paciente tem que tomar o medicamento assim que puder, mas deve pular a dose esquecida se estiver quase na hora da próxima dose. O paciente não deve tomar duas doses de uma vez, pois esse medicamento é bem forte.

Espero que tenha entendido

Um abraço

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