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Processo de produção da aquavita

A aquavita (ou aquavit, akvavit) é um destilado muito conhecido em terras escandinavas, feito a partir da destilação de batatas ou grãos, e aromatização de variados tipos de ervas, como canela, coentro ou endro, estando inclusa a alcarávia, também chamada de cominho-armênio ou cariz (Carvum carvi), contendo no mínimo 37,5% de álcool em seu volume.

processo de produção da aquavita destilado escandinavia

Figura 1 – Aquavita usada em drink com limão 


A origem do nome vem do latim – aqua vitae – ou, “água da vida”, literalmente falando, o que é curioso, pois em outras línguas, conhaque ou uísque teriam o mesmo significado.

História da aquavita


Há registros que a aquavita tenha sido criada no século XVI, mais precisamente em 1531, em uma carta do lorde dinamarquês Eske Ville para o bispo norueguês Olav Engelbrektsson, com a premissa que a bebida pudesse curar qualquer doença já conhecida pelo homem. Por incrível que pareça, a alcarávia, presente na aquavita, possui propriedades digestivas, aliviando a dor de barriga e tirando aquele peso do estômago, e na época, o líquido era feito com álcool de cereais, contendo um aroma mais amargo, contendo um grau de pureza bem baixo.

Semente de Alcarávia - processo produção aquavita
Figura 2 – Semente de Alcarávia


No século XVIII, Christopher Blix Hammer, um funcionário público norueguês, trouxe a ideia da colheita de batata para incentivo à produção de aquavita local, através de textos e receitas para aconselhamentos aos agricultores. Eis que ele ficou conhecido como o “Pai da Aquavita”.

Christopher Blix Hammer Pai da Aquavita -processo produção
Figura 3 – Christopher Blix Hammer, o “Pai da Aquavita”

Processo de produção da aquavita

Atualmente, além de países da região da Escandinávia, como Noruega e Suécia, a Alemanha também é uma grande produtora de aquavita; os Estados Unidos também fabricam, usando o milho como matéria-prima. Em específico, a fabricada na Noruega é até conservada em barris de xerez, como em vinhos e uísques, e sua base é feita com batata, enquanto as conhecidas na Suécia ou até Dinamarca são feitas com cereais.


Aquavita Aalborg, de produção escandinávia
Figura 4 – Aquavita Aalborg, de produção escandinávia, é a mais conhecida dentre as marcas – criada em 1846 pelo dinamarquês Isidor Henius.

Além de alcarávia, endro, canela e coentro, ervas como erva-doce, anis, anis estrelado, baunilha, raspas de limão ou grão do paraíso também podem ser utilizadas.

Tanto a batata quanto o cereal passam por um processo de fermentação, e esse açúcar convertido é adicionado em um líquido alcóolico, que passará por um processo de destilação de coluna tendo um percentual de volume de álcool em 96%. Essa aguardente será utilizada junto com as ervas para a produção do destilado, como descrito abaixo.

De início, água, aguardente de batata ou de grãos, especiarias e ervas são misturadas em um tanque feito em cobre, e de lá, será feito o processo de destilação da mistura, em que esta mistura tem sua temperatura elevada com vapor. O álcool é evaporado primeiro, já que possui ponto de ebulição menor ao da água (cerca de 78°C). 

As substâncias oriundas das especiarias seguem o caminho do vapor até o pescoço de ganso, e ali, é condensada. As substâncias restantes possuem moléculas grandes, e não são passíveis de evaporação. O substrato é reciclado para que possa ser aproveitado todo o teor da mistura, e o que sobrar, será descartado.

Tanques em cobre para destilação do processo de produção aquavita

Figura 5 - Tanques em cobre para destilação da mistura de aguardente, água, ervas e especiarias


Logo, é resfriada, para que se resulte em um líquido transparente, porém com aroma das especiarias mantido – o resfriamento evita que o destilado precipite. O volume de álcool é mantido próximo de 60%, e assim, colocados nos barris de xerez, como tem feito as produções norueguesas, para amadurecimento.

Quanto mais novo o barril usado para armazenamento da aquavita, melhor seu sabor pode ser apreciado e sua cor é mais viva, já que há extração de fenóis oriundos do carvalho, e outros aromáticos presentes na matéria prima do barril além de uma breve evaporação de água e álcool, concentrando o destilado em 2 a 5%. Há quem diga que os barris mais antigos usados neste processo teriam por volta de 100 anos.

barris de xerez - maturação da aquavita processo produção
Figura 6 – Barris de Xerez, usados para maturação de aquavita norueguesa

Quando retirado dos barris, a aquavita é estabilizada a frio, para que não tenha alteração na composição, e assim, engarrafada para distribuição comercial. Caso ela não seja maturada em barris, elas são armazenadas em tanques de aço inoxidável, para posterior resfriamento e engarrafamento.

Este processo tem toda a regulação da ONU (Organização das Nações Unidas), como por exemplo, o uso da alcarávia ou endro como especiaria principal, ou até o mínimo de seis meses de armazenamento do destilado quando o barril tiver menor de 1000 litros. Caso tenha uma capacidade maior, será necessário doze, ao invés de seis. Por padrão o tamanho usado para maturar a aquavita, é de 500 litros.

Referências



Autora Convidada


Olá meu nome é Thabata Guerreiro, eu sou formada em engenharia química e produção multimídia na Unisanta, com especialização ainda não concluída em Tecnologia da Informação no Instituto Senac. Eu possuo uma formação mais direcionada para a área de tecnologia, e tenho conhecimento de linguagens de front end.

Espero que esse textinho  ajude você que está lendo esse artigo nesse momento ;)

Beijos da tia

Sobre o autor


Pedro Coelho Olá meu nome é , eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)

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