Descoberto na década de 1930, o ácido eritórbico (também chamado de ácido isoascórbico ou ácido D-araboascórbico) é um estereoisômero do ácido ascórbico (a famosa Vitamina C), que não é biologicamente ativo e não ocorre naturalmente em produtos alimentares.
O ácido eritórbico é um ácido orgânico que está presente à temperatura ambiente como um sólido cristalino, facilmente solúvel em água, incolor e inodoro. Ele e o seu sal de sódio são antioxidantes eficazes para preservar carnes defumadas ou curadas, e algumas bebidas.
Estrutura química do Ácido Eritórbico (Fórmula Química: C6H8O6) |
Produção do ácido eritórbico
O ácido eritórbico é preparado ao reagir 2-ceto-D-gluconato com metóxido de sódio. Neste processo, o gluconato é obtido pela oxidação da diacetona-3-cetogluconato de potássio. O éster é dissolvido em metanol, adicionando-se o sódio metálico e assim, aquece-se a mistura para precipitar o sal de sódio do ácido eritórbico.
O ácido livre é obtido tratando o sal de sódio com H2SO4 na presença de metanol ou acetona, e depois concentrando o filtrado a vácuo. O ácido eritórbico é purificado por cristalização a partir de dioxano.
Propriedades e usos do ácido eritórbico
O ácido eritórbico e seus sais (eritorbatos) são amplamente utilizados como alternativa ao ácido ascórbico e aos seus sais em produtos que não usam a vitamina C como conservante.
Os eritorbatos tradicionalmente têm duas funções; primeiro, eles atuam como antioxidantes, controlando a deterioração de cor e de sabor em muitos alimentos, agindo como agentes antimicrobianos para alimentos.
Em segundo lugar, os eritorbatos são utilizados como aceleradores de cura de carne, acelerando e controlando a reação de cura de nitrito, enquanto prolonga a cor e a vida útil. Os eritorbatos, portanto, têm muitos usos na indústria de alimentos e são usados em conjunto com produtos comestíveis como carne, peixe, aves, bebidas, frutas e vegetais.
Toxicidade do eritórbico do ácido eritórbico
O ácido eritórbico é facilmente absorvido e rapidamente metabolizado no organismo. Em testes feitos em cobaias, o ácido eritórbico diminuiu a absorção de ácido ascórbico no tecido, reduzindo assim o nível de ácido ascórbico em vários órgãos, incluindo o baço, glândulas adrenais e rins.
Embora o ácido eritórbico não tenha atividade de vitamina C como um antiescorbútico, o consumo de grandes quantidades pode resultar em falsas indicações de concentrações de ascorbato em amostras de sangue ou urina.
Não existe informação disponível sobre a toxicidade aguda do ácido eritórbico. Em estudos de curto prazo feito em ratos de laboratório colocando cerca de 1% de ácido eritórbico na comida deles durante 36 semanas, não foram observados efeitos adversos sobre a taxa de crescimento e a de mortalidade.
Os estudos mais detalhados e histopatológicos de vários órgãos não revelaram alterações. Nos estudos de longo prazo em ratos alimentados com 1% de ácido eritórbico, não foram observados efeitos adversos sobre a taxa de crescimento ou a de mortalidade, e não foram observadas alterações histopatológicas.
Em testes de carcinogenicidade feitos em ratos F344, o eritorbato de sódio administrado em níveis de 1,25 ou 2,5% na água potável durante 104 semanas não foi cancerígeno.
Referências
- https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Erythorbic_acid#section=Names-and-Identifiers (acessado em 08/11/2017 as 20:12);
- https://www.fda.gov/Food/IngredientsPackagingLabeling/GRAS/SCOGS/ucm261286.htm (acessado em 08/11/2017 as 20:14);
- Food Antioxidants: Technological: Toxicological and Health, D.L. Madhavi, S.S. Deshpande, D.K. Salunkhe, CRC Press, 24 de outubro de 1995;
- Food Additive Toxicology, Maga, CRC Press, 13 de setembro de 1994;
- Minimally Processed Refrigerated Fruits and Vegetables, Fatih Yildiz, Robert C. Wiley Springer, 11 de maio de 2017;
- Laboratory Tests for the Assessment of Nutritional Status, Second Edition, Howerde E. Sauberlich, CRC Press, 27 de julho de 1999;
- https://www.google.com/patents/US5859262 (acessado em 11/11/2017 as 13:47);
- Advances in Carbohydrate Chemistry and Biochemistry, Academic Press, 12 de agosto de 1980;
- Biochemical spectroscopy, Richard Alan Morton, Wiley, 1975;
Sobre o autor
Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)
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