A Corrosão pode ser definida como a deterioração, que ocorre quando um metal reage com o meio ambiente, podendo essa deterioração ocorrer devido a diferentes causas, as quais a liga de metal foi exposta, sendo que dependendo da aparência ou das formas de ataque, existe uma classificação para cada tipo de corrosão.
Corrosão uniforme
A corrosão uniforme é um tipo de corrosão que se processa aproximadamente igual em toda a superfície exposta ao meio corrosivo. Esse tipo de corrosão também é chamado por alguns de corrosão generalizada, mas esse termo não deve ser apenas usado para corrosão uniforme, pois é possível ter, também, corrosão por pite ou alveolar generalizadas, isto é, em toda a extensão da superfície corroída.
Corrosão uniforme em tubo enterrado |
Corrosão por Placas
A corrosão por placas ocorre em algumas regiões da superfície metálica e não em toda sua extensão, formando placas com escavações.
Corrosão por placas em chapa de aço carbono de costado de tanque. |
Corrosão Alveolar
A corrosão alveolar ocorre em superfícies metálicas, produzindo sulcos ou escavações, que são semelhantes a alvéolos (pequenas cavidades), apresentando como característica um fundo arredondado e uma profundidade geralmente menor que o seu diâmetro.
Corrosão Alveolar |
Corrosão Puntiforme ou por Pite
A corrosão puntiforme (conhecida como pitting corrosion) processa-se em pontos ou em pequenas áreas de uma superfície metálica, produzindo o que chamamos de “pites”, que são cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e profundidade geralmente maior do que o seu diâmetro.
Esse tipo de corrosão é uma das formas destrutivas e insidiosas de corrosão, causando a perfuração de equipamentos, com apenas uma pequena perda percentual de peso de toda a estrutura. Sendo essa corrosão bem difícil de ser encontrada, pois a sua pequena dimensão acaba geralmente, ficando escondida pelos produtos de corrosão.
Corrosão por pite em tubo de aço inoxidável AISI 304 |
Algumas literaturas não consideram a corrosão puntiforme, por placas e alveolar como tipos de corrosões diferentes, preferindo chamar essas corrosões de “corrosão localizada”.
Corrosão intergranular
A corrosão intergranular processa-se entre os contornos dos grãos de um metal policristalino, os quais em condições normais são ligeiramente mais reativos do que o interior dos grãos. Contudo, em certas condições, os contornos de grão se tornam muito reativos, ocorrendo à corrosão entre os grãos da rede cristalina do material metálico.
Corrosão intergranular ou intercristalina |
Esse tipo de corrosão pode ser provocado por impurezas nos contornos de grão, e quando se aumenta ou diminui a concentração destes elementos na região dos contornos de grão, o metal perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando algum esforço mecânico é solicitado, com isso, tendo-se a Corrosão sob Tensão Fraturante (CTF) (Stress Corrosion Cracking– SCC).
Corrosão Intragranular
A corrosão intragranular ocorre nos grãos de um metal policristalino, que quando perdem suas propriedades mecânicas, podem se fraturar à menor solicitação mecânica, tendo-se também Corrosão sob Tensão Fraturante (CTF).
Corrosão intragranular ou transcristalina, em aço inoxidável que foi submetido à ação de cloreto e temperatura. |
Corrosão Filiforme
A corrosão filiforme ocorre sob a forma de finos filamentos não profundos, que se propagam em diferentes direções. Esse tipo de corrosão ocorre geralmente em superfícies metálicas revestidas com tintas ou com metais, ocasionando o deslocamento do revestimento.
Corrosão filiforme: filamentos em torno de um risco em uma chapa de aço carbono pintada. |
A corrosão filiforme é mais frequente em superfícies metálicas quando a umidade relativa do ar é maior que 85%, e em revestimentos mais permeáveis a penetração de oxigênio e água ou que apresentem falhas, como riscos, ou, ainda, em regiões de arestas.
Corrosão por esfoliação
A corrosão por esfoliação é um tipo de corrosão que se processa de forma paralela a superfície metálica. Esse tipo de corrosão pode ocorrer em chapas ou componentes extrudados que tiveram seus grãos alongados e achatados, criando condições para que inclusões ou segregações, presentes no material sejam transformadas, devido ao trabalho mecânico, em plaquetas alongadas.
Quando é iniciado o processo corrosivo na superfície de ligas de alumínio, com essas características, o ataque pode atingir as inclusões ou segregações alongadas e a corrosão ocorrerá através de planos paralelos à superfície metálica e, mais frequentemente, em frestas.
O produto de corrosão é volumoso, e ocasiona a separação das camadas contidas entre as regiões que sofrem a ação corrosiva e, como consequência, ocorre a desintegração do material em forma de placas paralelas à superfície.
Esse tipo de corrosão é mais comum em ligas de alumínio das séries 2.000 (Al, Cu, Mg), 5.000 (Al, Mg) e 7.000 (Al, Zn, Cu, Mg).
Corrosão por esfoliação em tubo de aço carbono |
Corrosão grafítica
A corrosão grafítica é um tipo de corrosão que ocorre apenas no ferro fundido cinzento em temperatura ambiente, onde o ferro é convertido em produtos de corrosão, restando apenas a grafite intacta. Nesse tipo de corrosão, a área corroída fica com aspecto escuro, característico do grafite, e este pode ser facilmente retirado com uma espátula, e quando este grafite é atritado sobre um papel branco, observa-se a formação de um risco preto característico.
Corrosão grafítica do ferro fundido, notando-se o aspecto escuro da área corroída. |
Dezincificação
A dezincificação é um tipo de corrosão que ocorre em ligas de cobre-zinco (latões), em que se observa o aparecimento de regiões com coloração avermelhada em contraste com a característica coloração amarela dos latões. Nesse tipo de corrosão, ocorre uma corrosão preferencial do zinco, e o cobre restante destaca-se com sua característica cor avermelhada.
Dezincificação em parte interna de componente de latão, apresentando uma coloração avermelhada contrastando com a amarelada do latão. |
Empolamento pelo hidrogênio
Nesse tipo de corrosão, o hidrogênio atômico penetra no material metálico e, como ele tem um volume atômico pequeno, ele se difunde rapidamente e em regiões com descontinuidades, como inclusões e vazios, ele se transforma em hidrogênio molecular H2 exercendo pressão e originando a formação de bolhas, daí o nome de empolamento.
chapa de aço carbono com empolamento por hidrogênio |
Corrosão Galvânica
A corrosão galvânica ocorre quando dois metais diferentes em contato são expostos a uma solução condutora. Como existe uma diferença de potencial entre metais diferentes, esta servirá como força impulsora para a passagem de uma corrente elétrica através da solução. Daí resultará a corrosão do metal menos resistente, isto é, o metal menos resistente torna-se anódico e o mais resistente torna-se catódico.
Corrosão Galvânica |
Quanto maior a diferença de potencial, maior a probabilidade de corrosão galvânica. As áreas relativas dos dois metais são também importantes. Se a área do metal anódico é bem menor, comparada com a do metal catódico, a corrosão do metal anódico será bastante acelerada.
Para combater ou minimizar a corrosão galvânica, recomenda-se uma ou mais das seguintes medidas:
- Escolher combinações de metais tão próximos quanto possível na série galvânica;
- Evitar o efeito de área (ânodo pequeno e cátodo grande);
- Sempre que possível isolar metais diferentes, de forma completa;
- Aplicar revestimento com precaução;
- Adicionar inibidores, para atenuar a agressividade do meio corrosivo;
- Evitar juntas rosqueadas para materiais muito afastados na série galvânica;
- Projetar componentes anódicos facilmente substituíveis ou com espessura bem maior.
Corrosão em torno do cordão de solda
Esse tipo de corrosão ocorre em torno de cordões de solda de aços inoxidáveis não-estabilizados ou com teores de carbono maiores que 0,03%.
Corrosão em tubulação de aço inoxidável em torno de cordão de solda |
Referências
- http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASVEAE/formas-corrosao-com-imagens-detalhadas (acessado em 08/06/2015 as 22:01)
- Livro de corrosão, terceira edição, Vicente Gentil, Editora LTC (Livros Técnicos e Científicos Editora S.A), Rio de Janeiro, Brasil, 1996.
- Apostila do Curso de formação de operadores de refinaria, Química Aplicada-Corrosão, Luiz Antonio Ferreira [et al.], Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002.
- Apostila sobre os fundamentos da corrosão , Nestor Ferreira de Carvalho, UNISANTA, Santos, São Paulo, Brasil, 2014.
Sobre o autor
Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)
6 Comentários de "Diferentes tipos e formas de corrosão"
Valew mesmo. Sou estudante de eng de controle e automação e estou estudando materiais. consultei o livro Fundamentos de engenharia e ciência dos Materiais do Willian F. Smith e tie bastante dificuldade para sintetizar essa literatura, que para eu aluno de 1° período foi muito densa. O artigo acima meu ajudou a sintetizar o conteúdo. Muito obrigado.
Olá Ps
Fico feliz em ter te ajudado
Um abraço
massa nobre, ajudando pra cacete esse seu artigo,,,pago uma cadeira referente a manutenção e reparo naval, legal as imagens ter-se uma melhor compreensão. grato por disseminar teu conhecimento e pelo teu tempo para preparar tudo isso.
Muito obrigado, ajudou bastante no meu trabalho
De que maneiras eu poderia tratar e prevenir um processo de corrosão?
Olá anônimo
Primeiramente, para tratar um processo de corrosão você começa lixando a área afetada pela corrosão, e em seguida você limpa a área lixada para pode aplicar a tinta zarcão que é basicamente uma emulsão em óleo, que é utilizada como um fundo protetor anticorrosivo para superfícies metálicas.
Essa tinta zarcão possui uma coloração avermelhada e só pode ser aplicada após a remoção prévia de todos os resíduos ferrosos oxidados. Além disso, também existe um processo alternativo para tratar a corrosão através da aplicação de um produto convertedor de ferrugem diretamente sobre a ferrugem.
O uso de convertedor de ferrugem até pode ser uma boa escolha em boa parte dos casos, mas esse tipo de produto possui em sua composição ácido fosfórico e outros componentes que podem danificar materiais sensíveis, logo você vai tem que ver primeiro composição do objeto que você pretende tratar.
Em seguida, você também deve conferir se esse material está entre as indicações de uso do fabricante do produto. Geralmente, os convertedores de ferrugem são indicados para ferro, aço e outras ligas metálicas, não devendo ser aplicado sobre materiais não-metálicos.
Também não se esqueça de checar quais são as tintas compatíveis com o convertedor de ferrugem. Caso o fabricante da tinta não te forneça essa informação, você pode testar a compatibilidade aplicando os produtos em uma pequena área da superfície metálica.
Espero que isso te ajude
Um abraço
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