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A gestão de resíduos da construção civil é um processo essencial para garantir a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental nas obras. Além de cumprir a legislação vigente, a correta gestão dos resíduos contribui para a redução de impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública.
Como é feita o plano de gerenciamento de resíduos da construção civil?
O plano de gerenciamento de resíduos da construção civil é um documento que estabelece as diretrizes e procedimentos para um manejo adequado dos resíduos gerados em uma obra.
Para iniciar a elaboração desse plano de gestão de resíduos, é necessário seguir as seguintes etapas que foram estabelecidas pela Resolução CONAMA 307/2002:
Classificação dos resíduos - Classe A, B, C e D
A primeira etapa consiste na caracterização dos resíduos, que envolve uma análise dos tipos e quantidades de resíduos gerados na obra. Essa caracterização é importante para identificar as principais fontes de resíduos e direcionar as ações adequadas de manejo. Isso permite conhecer a composição dos resíduos e planejar ações adequadas para sua destinação.
Para definir as melhores práticas de destinação, a Resolução CONAMA 307/2002 classifica os resíduos da construção civil de acordo com as categorias estabelecidas na legislação, como classe A, B, C e D.
Na classe A, estão os resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como telhas, tijolos, areia, solo de terraplanagem, argamassa, concreto, e rochas. Esses materiais podem ser transformados em agregados para serem utilizados em novas construções ou em outras aplicações, contribuindo para a economia de recursos naturais.
Já na classe B, estão os resíduos recicláveis, mas que não são reaproveitados na construção civil. São exemplos plásticos, papel/papelão, madeiras, metais, vidros e outros materiais que podem ser encaminhados para recicladoras ou cooperativas de reciclagem.
A classe C abrange os resíduos que não possuem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para reciclagem (ou recuperação), como por exemplo isopor e outros (não recicláveis). Nesses casos, é necessário adotar medidas de descarte adequadas, seguindo normas e regulamentos específicos para evitar danos ao meio ambiente.
Por fim, a classe D envolve os resíduos perigosos oriundos do processo de construção civil, como tintas, solventes, vernizes, óleos e outros produtos químicos. Esses materiais exigem tratamento especializado e devem ser encaminhados a empresas licenciadas para seu descarte adequado, de forma a evitar a contaminação ambiental.
Definição de metas e objetivos
O plano deve estabelecer metas e objetivos claros relacionados à redução, reutilização, reciclagem e destinação final dos resíduos. Essas metas podem incluir a redução do volume de resíduos descartados, o aumento da reciclagem e a busca por alternativas de reutilização.
Procedimentos de segregação e armazenamento
Nessa etapa são estabelecidas as diretrizes para a segregação correta dos resíduos, ou seja, separar os materiais de acordo com suas características e potencial de reciclagem. Os resíduos são classificados em diferentes categorias, de acordo com sua capacidade de reutilização e reciclagem.
Além disso, também são definidas as práticas adequadas de armazenamento temporário dos resíduos, considerando aspectos como segurança, higiene e prevenção de impactos ambientais.
Logística e transporte
O plano deve abordar questões relacionadas à logística e ao transporte dos resíduos, incluindo a contratação de empresas especializadas, a definição de rotas e horários de coleta, e a garantia de que os resíduos serão encaminhados para destinação correta.
Medidas de controle e monitoramento
São estabelecidas medidas para controlar e monitorar o cumprimento das diretrizes do plano, como a realização de inspeções regulares, o registro de informações sobre a geração e destinação dos resíduos, e a avaliação do desempenho em relação às metas estabelecidas.
Capacitação e conscientização
O plano também deve incluir ações de capacitação e conscientização dos colaboradores e demais envolvidos na obra, com o objetivo de promover a correta segregação, armazenamento e destinação dos resíduos, bem como disseminar boas práticas ambientais.
Benefícios e vantagens de uma boa gestão de resíduos
A gestão de resíduos da construção civil oferece uma série de vantagens e benefícios tanto para as empresas do setor quanto para o meio ambiente e a sociedade. Alguns dos principais são:
Sustentabilidade ambiental: A gestão adequada dos resíduos contribui para a redução dos impactos ambientais negativos, como a contaminação do solo e da água, a emissão de gases de efeito estufa e a degradação de ecossistemas. Isso promove a preservação dos recursos naturais e a conservação da biodiversidade.
Cumprimento da legislação: A gestão de resíduos da construção civil é uma exigência legal em muitos países e regiões. Ao adotar práticas adequadas de manejo dos resíduos, as empresas evitam multas e sanções, garantindo a conformidade com as leis e regulamentações ambientais.
Redução de custos: A implementação de um plano de gerenciamento de resíduos eficiente pode resultar em economia de recursos financeiros. A separação e a destinação correta dos resíduos podem possibilitar a reciclagem e a reutilização de materiais, reduzindo a necessidade de compra de novos insumos e minimizando os custos de transporte e descarte.
Melhoria da imagem da empresa: A adoção de práticas sustentáveis e responsáveis em relação à gestão de resíduos contribui para a construção de uma imagem positiva da empresa perante seus clientes, fornecedores e a comunidade em geral. Isso fortalece a reputação da empresa e pode gerar oportunidades de negócio e parcerias.
Valorização do empreendimento: Empreendimentos que demonstram compromisso com a gestão adequada de resíduos tendem a ser valorizados no mercado imobiliário. A incorporação de práticas sustentáveis na construção e na operação dos edifícios pode aumentar sua atratividade para potenciais compradores ou locatários.
Saúde e segurança no canteiro de obras: A gestão de resíduos eficiente contribui para a promoção de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. A correta segregação, armazenamento e descarte dos resíduos evita acidentes, minimiza a exposição a substâncias nocivas e reduz o risco de doenças ocupacionais.
Estímulo à economia circular: A gestão de resíduos da construção civil pode impulsionar a transição para uma economia circular, na qual os resíduos são vistos como recursos que podem ser reaproveitados e reintegrados no ciclo produtivo. Isso estimula a inovação, gera empregos e contribui para a criação de uma sociedade mais sustentável.
Conclusão
Ao adotar práticas responsáveis nessa área, as empresas do setor contribuem para a preservação do meio ambiente, o cumprimento da legislação, a redução de custos e a melhoria da imagem corporativa.
A elaboração do plano de gerenciamento de resíduos da construção civil deve ser realizado por profissionais especializados, levando em consideração a legislação local e as normas técnicas aplicáveis.
A implementação e o acompanhamento do plano são fundamentais para garantir a eficácia das medidas adotadas e a redução dos impactos ambientais da construção civil. A gestão de resíduos da construção civil é algo requer o envolvimento de todos os envolvidos no processo, desde a contratação de fornecedores até a conscientização dos trabalhadores.
Além disso, a gestão adequada dos resíduos promove um ambiente de trabalho mais seguro e estimula a economia circular.
Autor Convidado
A Raluma Caçambas e Terraplanagem é uma empresa que atua na região de Bertioga e litoral Norte, oferecendo serviços de locação de caçambas, máquinas e equipamentos, terraplanagem, remoção e destinação de resíduos. Com mais de 20 anos de experiência, a empresa atende construtoras, condomínios, indústrias, empreiteiras e particulares, contando com uma equipe especializada e treinada.
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Sobre o autor
Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean
Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)
4 Comentários de "Gestão de resíduos da construção civil: Benefícios e Vantagens"
O isopor não é reciclável ?
Olá anônimo
O isopor, também conhecido como poliestireno expandido (EPS), é um tipo de plástico 100% reciclável. Porém, devido ao seu baixo valor comercial em termos de peso e volume, muitas vezes não é reciclado. Apesar disso, a reciclagem é uma iniciativa simples que pode contribuir para a redução da poluição ambiental.
Quando descartado corretamente, o isopor pode ser reciclado e transformado em matéria-prima ou outros produtos. Esse material pode ser reciclado a partir da:
Reciclagem mecânica: essa forma de reciclagem é a mais comum de reciclagem do isopor, em que o material é separado e higienizado, passando por um processo para que seja transformado em flocos. Em seguida, é derretido e granulado, servindo de matéria-prima para vários produtos.
Reciclagem energética: essa forma de reciclagem usa o isopor para produção de energia térmica, já que o material apresenta alto poder calorífico.
Reciclagem química: o isopor também pode ser reciclado transformando ele em colas, solventes e até mesmo sola de calçados.
A reciclagem do isopor traz diversos benefícios para o meio ambiente e a sociedade, tais como:
Prevenção de desastres ambientais: reciclar o isopor evita que o material chegue até a natureza, prevenindo mortes e outros desastres ambientais.
Redução do desmatamento: a cada 300 toneladas de isopor reciclado, evita-se o corte de 5 mil árvores.
Sustentabilidade: a reciclagem do isopor contribui para a preservação dos recursos naturais e para a redução da quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários.
Versatilidade: o isopor reciclado pode ser utilizado na fabricação de diversos produtos, como molduras, rodapés, perfis para construção civil, solados, entre outros.
Geração de empregos: a reciclagem do isopor gera empregos para cooperativas de catadores e empresas especializadas em reciclagem.
Economia de energia: a reciclagem do isopor economiza energia, já que o material reciclado pode ser utilizado como matéria-prima na fabricação de novos produtos.
No Brasil, mais de 34,5 mil toneladas de isopor são recicladas anualmente e utilizadas em diversos segmentos, incluindo artesanato, decoração e construção.
A reciclagem do isopor é uma prática importante e necessária para a preservação do meio ambiente e para a promoção da sustentabilidade.
Por isso, é importante descartar corretamente o isopor na lixeira para garantir que ele seja reciclado e reutilizado.
Espero que tenha entendido
Um abraço
Após a segregação e a organização, como é feita a reciclagem dos resíduos de construção civil?
Olá anônimo
O processo de reciclagem de resíduos de construção civil pode ser resumido nas seguintes etapas após a coleta e triagem:
1 - Limpeza e classificação: Os resíduos passam por uma limpeza para remover sujeiras, impurezas e materiais indesejados.
2 - Trituração e granulação: Os resíduos são triturados e granulados para serem comercializados como matéria-prima secundária na construção civil.
3 - Produção de novos materiais: Os materiais granulados são classificados e utilizados na produção de novos materiais para a construção civil.
Cada resíduo é quebrado em partes cada vez menores para, em seguida, passarem pela granulagem, onde essas partes são separadas novamente e destinadas para a produção de novos materiais. Na sequência da granulação, os materiais são classificados para voltar a serem utilizados na construção civil.
Espero que tenha entendido
Um abraço
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