Recentemente, a ideia de que o larvicida e pesticida Piriproxifeno (Pyriproxyfen) seria o grande responsável pela epidemia de microcefalia, que está ocorrendo no Brasil, vem ganhando bastante força nas redes sociais. Nessa postagem, eu estarei abordando sobre a toxicidade desse composto químico, que se tornou o foco de varias discussões por especialistas.
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Uso do piriproxifeno
O piriproxifeno (Pyriproxyfen, CAS No. 95737-68-1) é um inseticida e pesticida, bastante usado no controle do crescimento de insetos como moscas, mosquitos e baratas. Ele é geralmente usado na agricultura e horticultura, onde possui eficiência comprovada no controle de pragas como: mosca branca, lagarta, jassids, pulgões e lagartas.
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Fórmula estrutural do piriproxifeno |
O piriproxifeno se degrada rapidamente no solo sob condições aeróbicas, possuindo uma
meia vida de 6,4 a 36 dias, e em um sistema de água-sedimento de um lago aeróbio, possui uma meia vida que varia de 16 a 21 dias.
Toxicidade do Piriproxifeno
O Piriproxifeno possui baixa toxicidade aguda por via oral, dérmica, inalatória e por rotas oculares de exposição. Ele não é irritante para a pele e não provocou nenhuma irritação em testes feitos com cobaias de laboratório.
Em estudos realizados com doses repetidas em cobaias, os órgãos mais atingidos foram o fígado, os rins e o sistema hematopoiético. Além disso, em testes com quantidades superiores, a neurotoxicidade do piriproxifeno começa a reduzir a atividade motora das cobaias, demonstrando que o principal alvo do pesticida não é o sistema nervoso.
Não existe nenhuma evidência de pré-natal ou pós-natal de sensibilidade ou aumento da susceptibilidade em estudos de toxicidade feitos em ratos e coelhos, e nem em um estudo de toxicidade reprodutiva da segunda geração das cobaias.
Em estudos de imunotoxicidade, as cobaias não demonstraram efeitos adversos no sistema imunológico. Nenhuma toxicidade sistêmica significativa foi observada no estudo de toxicidade dérmica de 21 dias em ratos. Num estudo de inalação de 28 dias, a salivação esporádica em fêmeas diminuiu e os machos ganharam um pouco de peso. No entanto, estes efeitos não foram considerados biologicamente relevantes, para os estudos.
Não há nenhuma evidência de carcinogenicidade para o ser humano com base na ausência de carcinogenicidade em camundongos e ratos, e os testes relacionados à ação mutagênica deram todos negativos.
Relação do piriproxifeno com a microcefalia
Infelizmente, não se tem dados suficientes para provar que o piriproxifeno é o verdadeiro causador da microcefalia. Porém, ainda existem suspeitas que o piriproxifeno esteja relacionado com a microcefalia.
Referências