Estaca Raiz: Como funciona a execução e as suas Vantagens

POR Pedro Coelho

Publicado: sábado, 2 de agosto de 2025

Compartilhe :

A estaca raiz é um tipo especial de fundação profunda, indicada principalmente para situações onde o acesso é limitado, há proximidade com edificações vizinhas ou o solo apresenta características que dificultam outros métodos de fundação.

A estaca raiz é um tipo de fundação feita in loco, que é feita por perfuração com o uso de tubos revestidos, o que permite trabalhar em solos instáveis, com presença de água ou em ambientes urbanos onde é necessário evitar vibrações.

Como funciona a estaca raiz e quais as suas vantagens

 

Essa estaca é chamada de “raiz” justamente porque tem a capacidade de ancorar-se bem ao solo por meio do atrito lateral, funcionando como uma verdadeira “raiz” que segura a estrutura. Durante a execução, o material do solo é retirado com o uso de equipamentos especiais, como perfuratrizes com circulação de água ou lama bentonítica.

Depois da perfuração, é introduzida uma armadura metálica (geralmente uma barra de aço) e a estaca é preenchida com argamassa de alta resistência, bombeada sob pressão para garantir aderência entre o solo e o fuste da estaca.

As principais vantagens da estaca raiz incluem a possibilidade de uso em locais com espaço restrito, ausência de vibrações (o que protege construções vizinhas), capacidade de atravessar camadas de solo instável e rochas, além da boa resistência que ela oferece. Por essas razões, é muito comum seu uso em obras de reforço de fundações, contenções e em áreas urbanas densamente construídas.

No entanto, alguns cuidados importantes devem ser tomados durante sua execução. É fundamental garantir a correta limpeza da perfuração, para evitar contaminação da argamassa.

Também é essencial controlar o bombeamento do material para evitar falhas de preenchimento e garantir o contato adequado com as paredes do furo. Além disso, como em toda fundação profunda, a qualidade do controle executivo e dos materiais influencia diretamente no desempenho da estaca.

Um outro ponto que também deve ser levado em consideração são as suas maiores desvantagens, pois a estaca raiz apresenta um custo de execução elevado por conta do alto consumo de cimento, argamassa e ferragens para as armaduras. Além disso, o processo exige equipamentos e mão de obra especializados, o que também impacta no preço final.

A execução da estaca raiz consome muita água, o que pode deixar o local da obra alagado por um período. Isso não só causa transtornos, mas também levanta preocupações ambientais sobre o uso excessivo de recursos.

Além disso, o processo de instalação da estaca raiz é mais complexo em comparação com outros tipos de fundação. Ele envolve perfuração por rotação, injeção de argamassa e inserção de armaduras, o que exige uma equipe técnica especializada para garantir que tudo seja feito com a precisão e segurança necessárias.

Principais etapas do processo de execução das estacas raiz

A execução das estacas raiz segue um processo bem definido e composto por quatro etapas principais, cada uma delas essencial para garantir a qualidade e o desempenho da fundação. A primeira fase é a perfuração, realizada com equipamentos específicos, como perfuratrizes rotativas ou rotopercussivas. Esses equipamentos permitem avançar em diferentes tipos de solos e até atingir camadas de rocha, o que é uma das grandes vantagens desse tipo de estaca.

Durante essa etapa, também é inserido um tubo de revestimento metálico que protege o furo contra desmoronamentos. A perfuração é feita com o uso de circulação direta de água, que atua tanto na lubrificação quanto na retirada de resíduos gerados no processo.

Finalizada a perfuração, inicia-se a segunda etapa que é a de instalação da armadura. Antes disso, porém, o furo é cuidadosamente limpo por meio de jateamento com água ou outros métodos de lavagem, o que assegura uma melhor aderência da argamassa. A armadura metálica, geralmente composta por barras de aço com alta densidade, é então posicionada dentro do furo, sendo apoiada cuidadosamente no fundo. Esse procedimento é fundamental, principalmente porque a resistência da estaca raiz depende, em grande parte, do atrito lateral e da integridade da armadura.

A terceira etapa envolve o preenchimento do furo com argamassa ou calda de cimento. Essa argamassa é bombeada de baixo para cima, por meio de um tubo que vai até a ponta da estaca, o que permite a expulsão de toda a água residual e evita a formação de vazios no interior da estaca. A técnica de injeção ascendente também ajuda a garantir uma melhor compactação da argamassa e uma maior aderência às paredes do furo, o que é essencial para a transmissão da carga ao solo.

Concluído o preenchimento, dá-se início à quarta e última etapa do processo onde é feita a retirada do tubo de revestimento. Esse procedimento deve ser feito com cuidado para não comprometer a integridade da estaca recém moldada. Durante a extração, são aplicados golpes de ar comprimido ou nova injeção de argamassa sob pressão, para garantir que todo o espaço seja preenchido corretamente e que a estaca fique completamente aderida ao solo.

Além dessas quatro etapas principais, é importante também mencionar que o controle de qualidade durante toda a execução é fundamental. Isso inclui o monitoramento da profundidade atingida, do volume de argamassa utilizado e das características da mistura, como resistência e fluidez. Quando bem executadas, as estacas raiz apresentam excelente desempenho estrutural, podendo ser utilizadas tanto para esforços de compressão quanto de tração, o que as torna uma solução versátil e eficiente, especialmente em ambientes urbanos com restrições de espaço, vibração e ruído.

Referencias

• Fundações e Obras de Terra. Aline Cristina Souza dos Santos, Maringá - PR: Unicesumar, 2021
• ALBUQUERQUE, P. J. R. de; GARCIA, J. R. Engenharia de Fundações. Sao Paulo: LTC, 2020.
• https://www.indiamart.com/proddetail/root-piling-services-11169003112.html?srsltid=AfmBOoqNtZLDwgWT1pHhvCCBEAxAx20cwGswTILwJNIU5R4j2A_A9BbX ( acessado em 02/08/2025 as 17:00)

Sobre o autor

Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico com Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e também sou Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, eu conclui recentemente o curso de Engenharia Civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)